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CRÔNICA DE UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA

Dodora Mota Em que pese a postura de José Múcio no Ministério da Defesa, de que os acampamentos terroristas em Brasília eram pacíficos, contrariando o ministro da Justiça, Flávio Dino, que defendia que a partir de 1º de janeiro deveriam ser desmontados, o episódio de 8 de janeiro provou que o Ministro da Justiça tinha razão. Caso Lula tivesse lançado mão da GLO (Garantia de Lei e Ordem) teria entrado no jogo das Forças Armadas que, para mim, era a tática delas para assumirem a segurança pública da capital e facilitar a ação dos golpistas/terroristas. Segundo alguns, Múcio teria feito a defesa de lançar mão da GLO. Acredito que a inteligência do Planalto falhou quando permitiu que Lula se ausentasse de Brasília, embora Flávio Dino estivesse lá. O fato de Fernando Torres, chefe da segurança da Capital, estar nos Estados Unidos em companhia do incitador do golpe, deveria ter acendido a luz vermelha do MJ. Ao decretar intervenção na segurança pública de Brasília, Lula e Dino agiram com rapidez, assim como Alexandre de Morais ao determinar intervenção no governo da Capital. Essas ações foram fundamentais para evitar a concretização do golpe. Caso contrário, os militares apoiadores do golpe assumiriam o poder com 'apoio popular'. Dino nomeou interventor Roberto Cappelli, que na hora medrou, mas assumiu de imediato e foi pra rua conter a rebelião. O fato dos golpistas/terroristas ocuparem os Três Poderes, não deu base para decretar vacância de poder pelos mentores do golpe, uma vez que o Presidente Lula estava no Brasil. Também o fato do MJ não convocar as Forças Armadas foi outra ação importante. Minha opinião é que esse processo precisa ser concluído com a punição dos golpistas/terroristas. Não é possível dar curso a essa história em que a independência é feita por um imperador, a República proclamada por um monarquista, e o Golpe Civil/Militar de 64 não punir os torturadores. É necessário fortalecer a democracia e avançar rumo à Justiça Social. Precisamos de um governo forte, que tenha a Constituição Federal como guia. Dodora Mota é professora aposentada e filiada ao Psol

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