VEREADORES COBRAM E NETO EMITE NOTA PARA NEGAR PRIVATIZAÇÃO DO SAAE-VR
- Osmar Neves Souza

- 9 de ago. de 2022
- 4 min de leitura
Presidente da Câmara, vereador Sidney Dinho, interrompe sessão extraordinária para esclarecer com prefeito rumores sobre concessão dos serviços de autarquia
Foto: Gazeta dos Bairros
A manhã de terça-feira (09/08), no meio político de Volta Redonda, começou no início da noite de segunda-feira, com o compartilhamento de uma notícia tida como 'fake news' pelos vereadores, e era sobre uma possível votação de um suposto processo de privatização ou concessão dos serviços de coleta e tratamento do esgoto em toda a cidade, pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae-VR). O problema se estendeu na sessão extraordinária da Câmara Municipal para que fossem votados, em regime de urgência e preferência, nove projetos de interesse do governo municipal, encaminhados pelo prefeito Antônio Francisco Neto (União Brasil) ao longo dos meses de julho e início de agosto.
Na realidade, o vereador Walmir Vitor (PT) teria sido o responsável pelas dúvidas geradas entre populares e políticos ao convidar a população, pelas redes sociais, para acompanhar a votação de um projeto apresentado por ele, para determinar que o governo seja obrigado a passar pela aprovação dos 21 parlamentares qualquer projeto de concessão dos serviços de esgoto ou de água, assim como serviços de qualquer outra autarquia ou próprios municipais. Walmir afirmou categoricamente que "a legislação atual não seria clara quanto ao assunto, abrindo margem para que os vereadores não precisassem ser consultados pelo Poder Executivo".
A partir daí, o presidente da Mesa Diretora, vereador Sidney Teixeira, o Dinho (Patriota), solicitou que a sessão fosse interrompida para que pudesse conversar ao telefone com o prefeito para pedir esclarecimentos sobre o assunto. "Acabei de solicitar ao prefeito que esclarecesse nossa solicitação para que fosse colocado um ponto final no assunto. Ele acaba de me confirmar que não existe nenhum projeto do Executivo ou da direção do Saae-VR que trate sobre o assunto, e enviará um documento à Casa Legislativa confirmando o que garantiu", disse Dinho aos colegas e ao público em geral, para logo depois receber o documento do prefeito, assinado.
Com a negativa enviada pelo prefeito Neto por meio de nota assinada aos parlamentares, a discussão ficou um pouco mais acirrada, com críticas dos vereadores da base governista de que uma 'fake news' estaria sendo compartilhada para colocar a opinião pública contra a Câmara Municipal e contra o prefeito. Para piorar, um panfleto sindical da Chapa 2 (que disputou a eleição recentemente e venceu) com o nome do presidente eleito do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do Sul Fluminense, Edimar Leite, foi distribuído para os parlamentares e para os presentes à sessão, assim como na cidade.
"Não conheço o senhor Edimar, mas sei que ele teria vencido as eleições sindicais recentes. É uma forma totalmente equivocada de iniciar um relacionamento institucional com esta Mesa Diretora, com esta Casa Legislativa, com a o governo municipal. Quero não acreditar que ele tenha responsabilidade pela confecção e propagação dessa 'fake news' em panfleto oficial. Espero que haja uma devida retratação sobre as acusações de que "os vereadores que irão trair o nosso povo, votando a favor desse crime contra nossa cidade", disse Dinho ao ler o panfleto sindical.
Acalmado os ânimos, eis que uma postagem nas redes sociais do ex-prefeito Elderson Ferreira da Silva, o Samuca (União Brasil), chamando a mudança do horário da sessão para 10 horas de terça-feira, e não às 18 horas como é regimental, de "coisa de bandidos", numa clara referência à Mesa Diretora. "Coisa de bandido é contratar Organizações Sociais e entregar par elas os principais hospitais para destruir a Saúde desta cidade. Coisa de bandido é deixar os servidores públicos sem três meses de salário e 13º salário sem pagamento. Coisa de bandido é receber do governo do estado R$ 21 milhões e não comprovar onde colocou R$ 6 milhões desse dinheiro, como eu sempre cobrei na tribuna da Câmara. Coisa de bandido, é não ter a confiança dos eleitores que impuseram uma derrota vergonhosa nas eleições, e ainda ter o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro interessado nas contas administrativas dos três últimos anos para que fossem votadas com celeridade, o que prontamente foi feito por esta Casa de Leis", criticou Dinho.
O futuro presidente da Câmara, a partir de Janeiro de 2023, vereador Edson Quinto, também apresentou e aprovou um requerimento cobrando informações sobre tudo o que há relacionado com supostas privatizações e concessões de serviços pelo Saae-VR, ao prefeito Neto. "Gostaria de receber estes esclarecimentos e, de antemão, afirmo que eu serei um voto contra a privatização ou concessão do Saae-VR", antecipou-se Quinto.
O que existe de confirmado é que o ex-prefeito contratou um estudo junto a uma instituição bancária pública, no início do ano de 2018, para conhecer a viabilidade técnica e valores para uma possível concessão ou privatização dos serviços do Saae-VR. Esses estudos foram contratados e assinados por Samuca, pelo custo total de R$ 4 milhões, a serem pagos obrigatoriamente pelo governo municipal, ao final dos estudos, que se dará no dia 22 de novembro, conforme explicou o líder do governo na Câmara, vereador Vander Temponi (PTB), acrescentando que "o prefeito Neto não assinou o contrato com a instituição bancária e nem assinará".
VANDER TEMPONI USA TRIBUNA E CRITICA 'FAKE NEWS' SOBRE SAAE-VR
Por outro lado, a grande maioria dos parlamentares usou da palavra para criticar as 'fake news' e pedir encerramento das discussões sobre o assunto, uma vez que já havia a confirmação de não existência de projeto do Poder Executivo a ser tratado quanto à privatização ou concessão dos serviços do Saae-VR. Agora, resta aguardar a sessão da próxima quinta-feira (11/08) para saber se o assunto foi enterrado definitivamente, ou se ainda haverá quem deseja desenterrá-lo.
















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