TERRA ARRASADA - MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AQUECIMENTO GLOBAL
URBANISMO E EVOLUÇÃO DAS CIDADES
*RONALDO ALVES
Nos últimos dias, assistimos a uma série de notícias dando conta de tempestades e deslizamento de terras em diversos pontos de nossa região e em regiões próximas. Essa frequência de acidentes naturais nos intriga e nos conduz a tentar explicar porque acontecem.
As mudanças climáticas são alterações do clima em todo o planeta. Em outras épocas o aquecimento tinha causas naturais, mas hoje se sabe que é produzido pelas atividades humanas e suas consequências são irreversíveis.
O clima corresponde ao conjunto das características da atmosfera durante um certo período e numa certa região. Compreende as temperaturas médias, a quantidade de chuvas, a umidade do ar, entre outros aspectos.
Desde a Revolução Industrial que houve no mundo um aumento significativo na queima dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natural, entre outros). Com isso também se tornou crescente a quantidade de dióxido de carbono lançada na atmosfera. O dióxido de carbono é proveniente da queima dos combustíveis usados em diversas atividades cotidianas, por exemplo, nas indústrias, nos transportes, no aquecimento das casas. Além dele há outros gases que provocam o chamado efeito estufa. O investimento nas energias renováveis é desse modo fundamental, uma vez que substitui os combustíveis fósseis e seria a melhor forma de controlar as emissões dos gases de efeito estufa.
Grande parte desses gases de efeito estufa se acumulam na superfície terrestre amplificando um fenômeno que ocorre naturalmente. Em outras palavras, o efeito estufa retém grande parte do calor proveniente da radiação solar mantendo a superfície terrestre aquecida, mas com o agravamento da situação essa situação se torna extrema.
A situação é considerada irreversível e seus efeitos devem ser sentidos nos próximos séculos ou até milênios. Isso aponta para a necessidade de uma mudança de atitude imediata para a redução das emissões dos gases de efeito estufa.
Nossa região é profundamente atingida por esses fenômenos, gerando tempestades e trombas d'água com consequências desastrosas, às vezes, tais como ocorreram em Angra e Paraty, e até mesmo no município do Rio de Janeiro, e Região Serrana, em Petrópolis.
As rodovias na Região e a Rio Santos forma vítimas desses acidentes, fazendo com que a Polícia Rodoviária Federal alertasse a população para evitar a Rodovia, como relata um jornal local:
“A Polícia Rodoviária Federal (PRF) atualizou neste início de tarde a situação da Rodovia Rio-Santos (BR-101) e da RJ-155 e vários trechos na região Sul Fluminense seguem comprometidos e os motoristas devem evitar passar no local. Segundo a PRF, segue chovendo e as equipes seguem atuando para desobstruir os trechos. Na RJ-155 houve a interdição total no túnel e as equipes estão trabalhando no local. A orientação da PRF é de não acessar mais a rodovia para a segurança do usuário, o trecho só chegará perto de ser normalizado em alguns dias. As passagens estão liberadas somente na Serra do Piloto e na Serra Paraty/Cunha.” .
VEJA OS LOCAIS COMPROMETIDOS NESTE ÚLTIMO DOMINGO
_ Km 447/448 – Deslizamento de terra (Club Med) Mangaratiba. Interdição total;
_ Km 460/461 – Deslizamento de terra. Interdição total;
_ Km 464 – Deslizamento de terra. Interdição total;
_ Km 467 – Deslizamento de terra. Interdição total;
_ Km 473 – Deslizamentos de terra/árvores. Interdição parcial;
_ Km 478 – Deslizamento de terra (Camorim Grande, Angra dos Reis, – subsolo). Interdição parcial;
_ Km 480 – Queda de poste de luz (Mombaça, Angra). Interdição parcial;
_ Km 541 – Deslizamento de terra (Tarituba, Paraty). Interdição total (em confirmação);
_ Km 592- Deslizamento de terra (Paraty, bairro Patrimônio) Interdição total. Passagem por dentro da cidade;
– Km 0 – Ubatuba-São Paulo. Interdição total.
Esperamos que esses episódios não aconteçam mais por aqui e que as autoridades busquem realizar projetos, obras e Leis capazes de fazer reduzir o fenômeno da emissão dos gases de efeito estufa. A geração de energia que não exija queima de combustíveis fosseis é uma necessidade que já permitiu a implantação de energia fotovoltaica, embora em fase inicial, uma fonte limpa e viável em nosso país. A energia eólica é outra forma a ser incentivada. Com a palavra os Governantes.
* Ronaldo Alves é arquiteto e urbanista
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