PROFESSORAS DE LINGUAGEM DO MEP-VR INTERCONECTAM LITERATURA E CIDADANIA
- Osmar Neves Souza

- 12 de mar.
- 2 min de leitura
Fotos: Divulgação

Tendo como destaque os trabalhos desenvolvidos pelo Movimento Ética na Política (MEP-VR) na oferta do Pré-Vestibular Cidadão para estudantes do ensino médio, as professoras da instituição adotaram métodos inovadora no ensinamento. Na sequência da semana de sensibilização para os estudantes, sob a articulação do Pedro Paulo Vidal, conselheiro do Movimento, emergiu na sala de aula uma espécie de 'trabalho de campo cidadão', dentro da arte literária.
Na mesa estavam a professora Abigail Ribeiro, área de literatura; Marcele Lopes e Tânia Bentes, ambas da área de língua portuguesa, provocaram nos estudantes olhares cívicos à literatura.
Abigail Ribeiro, especialista em literatura brasileira e coordenadora da área de linguagem do MEP, de forma brilhante leu um extrato da peça de Shakespeare - Ricardo III, e, ao ler com voz empostada, mostrando a trama toda contra o Rei Eduardo, na sua exposição buscou pensar os cenários de “fakes” da época, mentiras, tramas e golpes, e deixou uma indagação para os alunos: “O escritor(a) lê a realidade a retrata na literatura, nas artes e isto fica imortalizado”, pontuou a professora. Da Europa no século XVI saltou para os séculos XIX e XX no Brasil. Assim, citou ilustres personagens como Machado de Assis e Mário de Andrade, e deu destaque às escritoras Carolina Maria de Jesus, Maria Firmina dos Reis, dentre outras que romperam com o patriarcado e descreveram a realidade do povo. A professora finalizou provocando os alunos a atentarem para os Racionais, Emicida, Criolo, MV Bill e outros ícones hip hop.
A força literatura na cidadania – “Ainda estou Aqui”

Marcele Lopes, por sua vez, faz uma relação direta com a realidade sociopolítica nos diferentes momentos da história e presença da literatura brasileira, reforçando a importância da leitura no processo de conhecimento para uma boa interpretação. A professora citou o exemplo atual do Prêmio Oscar conquistado pelo Brasil de melhor filme estrangeiro com 'Ainda Estou Aqui', dirigido por Walter Salles, a partir da história da ditadura no Brasil. “A literatura, a arte carregam a força também da cidadania”, afirmou Marcele, ao encorajar os estudantes citando Guimarães Rosa. "O que a vida quer da gente é coragem".
MÉTODOS - Já a professora Tânia Bentes, de escuta atenta, fez incluir no debate a Música Popular Brasileira, lembrando Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e tantos outros que com habilidade driblavam a censura. “Com a arte, com a leitura no processo de educação, as pessoas podem romper a inércia atual", lembrou Bentes . Durante os debates também foi lembrado para atentarmos aos territórios onde a arte de rua, a roda de rima, o Memorial dos Operários mortos 1988 e outros espaços culturais da cidade expressam a cidadania do povo.
REAÇÃO - Alguns alunos reagiram com emoção, um deles chegou a dizer – 'Minha visão mudou quando encontrei a professora Elisa, ela ajudou-me a ler, escrever e interpretar as coisas. Agradeço muito por tudo que falaram aqui", falou o jovem. Uma outra aluna emocionada declarou: “As senhoras falando, lembro da minha avó, foi professora. Gosto muito de matemática, sonho ser professora também”, falou a jovem lacrimejando. Aplausos para os estudantes e professores.












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