PÓ PRETO DA CSN LEVA QUASE MIL A MANIFESTO CONTRÁRIO À POLUIÇÃO

Moradores, políticos e representante de entidades sindicais cobram autoridades por ações reais e palpáveis

Fotos: Gazeta dos Bairros

Com um número aproximado de quase mil pessoas, políticos e dirigentes de entidades classistas, assim como membros da comunidade local, participaram de uma passeata contra a poluição provocada pela Usina Presidente Vargas (UPV) da CSN, em Volta Redonda, na manhã de domingo (21/07), na Vila Santa Cecília. Eles criticaram a inoperância da diretoria da empresa, bem como dos órgãos de controle ambiental do município, do Estado e da União, pela não tomada de medidas que baixem os níveis do pó preto e demais produtos prejudiciais à saúde da população.

O que se pôde perceber, no entanto, é que o manifesto serviu mais para que postulantes aos cargos políticos-eleitorais a serem disputados no dia 6 de outubro, se colocassem em evidência, inclusive com dois deles subindo em carro de som com uso dos microfones oficiais do movimento. Ao contrário do que esperavam os organizadores, a adesão da população foi tímida, uma vez que as principais lideranças comunitárias e ambientais não estiveram presentes, pelo simples fato da possibilidade de o evento ser utilizado como palanque eleitoral.

Alguns membros dos partidos políticos PSOL, PSB, PT, PV e PCdoB estiveram presentes ao ato. Outros pré-candidatos de partidos como o Republicanos, MDB e Novo, ficaram mais à distância do grupo, mas acompanharam até o fim do manifesto.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Edimar Miguel Leite, também participou da manifestação, acompanhando de diretores da entidade. "Assim como a população de Volta Redonda, os trabalhadores e trabalhadoras de aço também vivenciam na pele esse problema. É preciso urgência neste trato, e estamos apoiando está justa causa", afirmou Edimar.

O ativista ambiental, ex-presidente do Sindicato dos Engenheiros de Volta Redonda e ex-vereador João Thomaz, também marcou presença ativa no manifesto. Ele se fantasiou de chaminé industrial que expeliu fumaça preta, numa alusão ao que ocorre no interior da UPV. "Precisamos sensibilizar as autoridades públicas e ambientais para o problema sério que estamos vivendo. Não e concebível está inoperância da empresa e dos órgãos ambientais", reclamou o ativista.

O vereador Rodrigo Furtado (PL) afirmou que desde 2018 vem se empenhando e apoiando ações para que os níveis poluentes da cidade sejam reduzidos de maneira prática. Ele atuou pela Câmara Municipal de Volta Redonda (CMVR) como 'amicus curie' (amigo da Côrte) para que fosse concluído o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ambiental, no valor de R$ 300 milhões, para serem aplicados na UPV e na cidade, como forma de reduzir os impactos ambientais e poluidores.

"Apóio toda luta pelo meio ambiente, sem viés político-partidário. A saúde, a vida e o meio ambiente saudável, são garantias fundamentais e inalienáveis. Por isso, na qualidade de cidadão de Volta Redonda e representante do povo, gostaria de expressar meu apoio a toda manifestação pacífica na luta para o bem comum. Volta Redonda e CSN podem coexistir juntas, desde que haja respeito e cumprimento das leis. Está na hora de a CSN olhar com mais amor por Volta Redonda e valorizar os seus trabalhadores que mantém a economia da nossa cidade", disse o parlamentar.