top of page

MORADORES DE SÃO BENTO COBRAM ROTA ALTERNATIVA APÓS FECHAMENTO DA RJ-153 NA SERRA DA MUTUCA

Sitiantes e fazendeiros reclamam das perdas da produção, por dificuldades no escoamento da produção leiteira

Fotos: Reprodução

Os moradores do bairro São Bento, localizado no distrito de Santa Izabel do Rio Preto, na cidade de Valença, cobraram esta semana das autoridades municipais da região e do governo do estado, providências urgentes para o caos que se transformou a vida de sitiantes e fazendeiros produtores rurais com a interdição total da rodovia RJ-153, na altura do distrito de Nossa Senhora do Amparo, em Barra Mansa. A proposta apresentada pelos moradores foi encaminhada, por meio de 'carta aberta', para senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores das cidades de Barra Mansa, Quatis, Valença e Volta Redonda, sociedade e órgãos de imprensa.

No documento, a comunidade revela que passa por situações das mais diversas, principalmente no que diz respeito às questões econômicas e de segurança pública.

"Estamos passando por diversas provações nesse ano de 2023. Primeiramente foram os recentes assaltos a sitiantes da região de São Bento, que culminou com o trabalho da polícia prendendo pelo menos um dos assaltantes, mas que ainda não foi resolvido, uma vez que não temos notícias dosa demais (pelo menos 2).

Recentemente tivemos ainda a falta de energia, alguns sitiantes chegaram a ficar mais de 10 dias ininterruptos sem energia, perdendo sua produção e seus mantimentos, além do receio quanto à segurança de sua família e bens. A partir de 25 de fevereiro, fomos surpreendidos com a interdição total serra da mutuca, para todos os tipos de veículos, inclusive motos", explicam.

Os moradores contam ainda que após a interdição da Serra da Mutuca, o bairro de São Bento ficou isolado, já que todos os moradores dependem dessa estrada para escoamento da produção local, para vender e buscar produtos nas regiões de Amparo, Volta Redonda e Barra Mansa, sem contar as necessidades do dia a dia, tais como os serviços de socorro médico, devido à proximidade com aquela região.

Outro fato complicador, segundo eles, é que não dispõem de supermercado ou vendas de produtos alimentícios, como também não serem contarem com posto de saúde e posto de combustíveis.

"Para a compra de produtos alimentícios e gasolina por exemplo, seja para motos, seja para o trabalho diário, o abastecimento é feito na no distrito de Amparo, que está a 5 km, enquanto que para as mesmas compras em Santa Isabel o deslocamento agora será de 20 km", dizem eles.

A dependência das regiões de Volta Redonda e Barra Mansa é gritante, uma vez que o transporte público existente até o fechamento do RJ 153, ligava a comunidade diretamente a essas cidades, não havendo transporte público direto da comunidade aos bairros centrais do município sede de Valença.

Os moradores afirmam que as rotas alternativas oferecidas durante a reunião que determinou o fechamento da estrada, não atendem as demandas da comunidade de São Bento. Eles terão que andar cerca de 100 km a mais para chegar a Volta Redonda ou 120 km, caso o destino seja Amparo, percurso este antes feito por 5 km, o que dificulta as condições econômicas locais com o deslocamento.

Conhecendo a produção e a cultura da região, com a estrada fechada por mais de 10 dias, os proprietários, moradores e trabalhadores já sentem os efeitos econômicos negativos. Com isso, a não divulgação de nenhum cronograma, solução ou qualquer ação relativa às necessidades diárias da comunidade de São Bento, devem comprometer a vida de toda a comunidade.

Importante informar que o distrito de Santa Isabel do Rio Preto, com aproximadamente 3.000 moradores, também sofrerá diretamente os reflexos dessa situação, uma vez que o combustível, o abastecimento de alimentos, peça automotivas, consultas médicas, turismo, e até mesmo a convivência familiar dos moradores, ou seja, tudo, depende muito desta rodovia.

Para buscar uma solução mais favorável à comunidade como um todo, sem deixar de atentar para a segurança no deslocamento, esses moradores elencaram cinco pontos para avaliação e, posterior adoção dessas medidas. São elas:


1. Apesar de não ter sido dito em nenhuma das reuniões, e parece que os senhores não tinham conhecimento, existe uma estrada de terra de 3 km que liga São Bento à estrada entre Amparo e São Joaquim. A colocação dessa estrada de terra em condições de tráfego certamente é rápida, e beneficiaria, não só a comunidade para que possa fazer um contorno extremamente muito mais curto do que a opção por São José do Turvo, bem como atenderia os próprios sitiantes daquela região. Essa é uma opção para atender a comunidade no seu dia a dia, enquanto o tráfego de longa distância permaneceria pelas rotas já orientadas.


2. Necessitamos urgente que o transporte público volte, fazendo, se possível, uma baldeação no trecho interrompido, uma vez que neste momento a comunidade está isolada em relação ao transporte público.


3. Necessitamos também que os agentes públicos esclareçam a comunidade como será resolvido o problema do solo da região, uma vez que para todo problema há que haver uma solução. Sugerimos para tanto que seja contatado o centro de geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro que pode rapidamente fazer um laudo confiável, bem como pontar as possíveis soluções.

4. Que a estrada possa ser aberta pelo menos no momento que não estiver chovendo e se for o caso cadastrar os usuários da região de São Bento, autorizando-os a atravessar o local.


5. Por fim, solicitamos uma reunião na comunidade com o prefeito de Valença, Luiz Fernando Furtado da Graça, onde sugerimos que convide os prefeitos de Barra Mansa e de Quatis, bem como dos representantes do governo estadual, para que possamos ser ouvidos e apontarmos as necessidades reais desse problema que por hora está nos assolando. Essa solicitação nada mais é do que um dever e obrigação daquele que é eleito por voto para cuidar do povo, e nós somos o povo.

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
Anúncio Geleias.jpg

Postagens Recentes

® Copyright
bottom of page