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LÍDERES COMUNITÁRIOS EXPLICAM SOBRE 'PAGAMENTO SECRETO' DO CEPERJ

Os três são presidentes de associação de moradores dos bairros Açude, Vila Mury e São Cristóvão

Foto: Arquivo

Desde a divulgação pela Imprensa regional da lista dos mais de 300 moradores da cidade Volta Redonda que estavam na folha de pagamento secreta da Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj), também conhecidos como "Fantasmas do Ceperj", três líderes comunitários da Cidade do Aço foram procurados pela reportagem da GAZETA DOS BAIRROS, para esclarecerem como se deu a inclusão deles no projeto e qual serviço prestaram. São eles o presidente da Associação de Moradores dos Bairros Açude I, II, III e IV, Alan Cunha Gomes; o presidente da Associação de Moradores do Bairro Vila Mury, Charley Antônio de Almeida Paula; e o presidente da Associação de Moradores do Bairro São Cristóvão, Alexandre Clayton do Nascimento.

De acordo com Alan Cunha, que é suplente de vereador pelo Republicanos, e candidato a deputado estadual nas eleições deste ano, "não há nada", na visão dele, "que o desabone na questão da contratação".

- Eu recebi os salários entre os meses de janeiro e maio deste ano, de forma correta, pois desempenhei o trabalho pelo qual fui indicado. Estive atuando na pesquisa censitária elaborada para o Observatório do Pacto do Rio de Janeiro, que consistia na entrevista da população das cidades de Barra Mansa e Volta Redonda, para que fosse feito um diagnóstico sobre os serviços ofertados pelo governo do estado. Entre eles estavam o Segurança Presente, Esporte Presente, Casa do Trabalhador, entre outros - justificou Cunha.

Ainda de acordo com o líder comunitário, o cargo foi conquistado a partir de uma indicação do deputado federal Charlles Batista (União Brasil), natural de São João de Meriti (Baixada Fluminense), que também é policial rodoviário federal, e a denúncia de que ele estaria como 'fantasma', partiu de "adversários políticos" que ele teria colecionado ao "decidir se lançar candidato a vereador nas eleições municipais de 2019". "Eu sabia que a resistência seria grande. Mas, em nenhum momento pensei que seria vítima de uma calúnia tão nefasta. Sempre fui perseguido politicamente por ter tomado a decisão de disputar as eleições na comunidade e, logo a seguir, à Câmara de Vereadores. Mas, Deus está vendo tudo, e é n'Ele que eu creio. Vou seguir com meu trabalho de cabeça erguida, para desespero de muitos", finalizou Alan Cunha.

O presidente da Associação do bairro Vila Mury, Charley Antônio, explicou que iniciou os trabalhos como professor de Educação Física, ficando responsável pela parte física dos jovens com quem atua no bairro Belmonte. "Tínhamos um plano mensal, com ações duas vezes por semana, para um projeto de futebol destinada a crianças e adolescentes de sete a 17 anos de idade. Começamos em janeiro deste ano, e todas as ações eram enviadas em relatórios para o coordenador do Esporte Presente do Médio Paraíba, até o fim das atividades, no início deste mês de agosto. Sou formado em Educação Física, com licenciatura plena", afirmou Charley.

Charley Antônio acrescentou que, como líder comunitário, não direcionou, nem atuou no Esporte Presente, junto à comunidade da Vila Mury. "Não fui indicado por político algum. Enquanto presidente, não atuei e nem trouxe nenhum desses projetos para cá. Estão usando e envolvendo meu nome nessas denúncias, sendo que nunca tive nada com esses casos. O Esporte Presente que lá é desenvolvido, eu não sei quem levou, e só me avisaram depois que estava montado. Não fui contratado por ser líder comunitário, mas por ser um profissional de Educação Física e atuo corretamente junto à comunidade do Belmonte, o que é um direito meu, e também sou concursado em outro município, o que priorizo, antes de me dedicar ao Esporte Presente no bairro Belmonte", garantiu ele.

Alexandre Clayton, presidente da Associação do São Cristóvão, até o fechamento desta reportagem, não atendeu aos telefonemas e, muito menos, respondeu as mensagens com os questionamentos pertinentes.

REFLEXO NEGATIVO - Na opinião do vereador e candidato a deputado federal, Sidney Teixeira, o Dinho (Patriota), esses casos deixam expostos o problema vivenciado em todas as eleições passadas, quando foi registrado o menor número de representantes da cidade de Volta Redonda e nas demais vizinhas da região.

Foto: Arquivo

"Em toda eleição no âmbito nacional e estadual percebemos que a região Sul Fluminense se transforma numa região onde pessoas que aqui nunca estiveram, ou que pouco estiveram, começam a captar algumas das lideranças para conseguir acesso a uma certa e expressiva quantidade de votos. E eu percebo que nossa cidade acaba servindo de complemento de que os políticos de fora necessitam, e sendo assim, ficamos sem representantes locais, seja na Câmara Federal, seja na Assembleia Legislativa. Aí, quando vemos lideranças regionais se aliando com políticos que não representam a região, uma vez que essas lideranças se candidatam sem qualquer tipo de estrutura e apoio local, ficam sem forças para lutar pelos anseios da nossa população local. Aí, os recursos que seriam para nossa região, são destinados, em sua maioria, para a Baixada Fluminense, Região dos Lagos, Noroeste e Norte Fluminense", criticou o candidato.

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