'KIT ALIMENTO ESCOLAR' CONTINUA SEM SER DISTRIBUÍDO PARA ALUNOS EM VOLTA REDONDA
Secretária Tetê Gonçalves explica a não distribuição dos kits em razão de "não ser possível atender à totalidade dos alunos"
Foto: Arquivo
A suspensão da distribuição dos 'kits alimentação', como vem sendo denominadas as cestas com produtos alimentícios da merenda escolar da Rede Municipal de Ensino, em Volta Redonda, tem causado preocupação em grupos comunitários, eclesiásticos e da sociedade civil. Os kits não são distribuídos desde o início do ano, sendo que a última licitação feita para comprar os produtos alimentícios que compunham a merenda escolar, foi realizada no longínquo dia 1º de outubro de 2020, com valor de compra estimado em R$ 1.593,460, e custo máximo unitário para o kit alimentar no valor de R$ 72,43.
Os valores foram subdivididos e as despesas com a aquisição seriam para o corrente exercício de 2020, assim classificadas: Ensino Fundamental - R$ 1.142.945,40; Creche - R$ 304.206,00; Educação Infantil - R$ 137.617,00 e Educação Especial - R$ 8.691,60.
Questionada sobre a não distribuição, e pela não programação de licitação para a compra dos alimentos, a secretária de Educação, Terezinha Gonçalves, a 'Tetê', enviou nota, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom-PMVR), para justificar a posição. Ela afirma ser um direito dos alunos o acesso à merenda, mas explica a não distribuição dos kits em razão de não ser possível atender à totalidade dos alunos da Rede Municipal de Ensino.
"A merenda é direito de todos os alunos e nas circunstâncias atuais seria impossível que todos os 37.000 alunos da Rede Municipal de Educação fossem atendidos. O recurso repassado pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) contemplaria uma pequena parcela dos nossos alunos. Não queremos que aconteça a mesma coisa do ano passado em que vários diretores das nossas unidades escolares viveram a revolta de responsáveis de alunos que não foram contemplados com cestas básicas e cartão alimentação. Entendemos que todos deveriam ser atendidos e seria injusto se apenas uma parcela de alunos fosse beneficiada em detrimento de outros tantos", afirma em nota a secretária.
Enquanto isso, famílias que moram nos Conjuntos Habitacionais Ingá 1 e Ingá 2, no bairro Santa Cruz, e em outras tantas comunidades, imploram por ajuda para alimentar os filhos que pedem pelo alimento, e estão longe das salas de aula em razão da pandemia da Covid-19. Para retratar a vida real dessas famílias, o pesquisador de texto e imagem para audiovisual, Leandro Pacheco Mendonça, produziu um texto que foi compartilhado nas redes sociais (VR Abandonada @vrabandonada), em forma de denúncia, e replicado por diversos internautas.
Veja abaixo:
GRAVE DENÚNCIA NA CIDADE DO ABANDONO
" Estes tristes relatos são de mulheres, mães de famílias, moradoras do bairro Santa Cruz - mais especificamente dos Conjuntos Habitacionais Ingá 1 e Ingá 2. As vozes envergonhadas escancaram a humilhação e a urgência de socorro. Diversas famílias estão passando FOME!
O descaso com a população de Volta Redonda vêm se intensificando dia após dia. O poder público, nas suas diversas instâncias, se ausenta e não dá o devido suporte ao povo mais necessitado da cidade. Como é possível o município mais rico da região não prover condições mínimas de sobrevivência para as pessoas que nele habitam?
A realidade é que a prefeitura simplesmente interrompeu o fornecimento de alimentação para as crianças matriculadas nas escolas municipais. Em 2020, poucas famílias chegaram a receber cestas básicas, merenda escolar e um auxílio financeiro de 70 reais no final do ano. Tudo muito precário, mas ainda assim existia. Em 2021 até isso acabou. A Prefeitura está represando verbas que deveriam ser destinadas para a merenda escolar.
Enquanto a CSN bate lucros recordes e a CDL investe pesado em propagandas na televisão, o povo mais desfavorecido de Volta Redonda abre a dispensa e não encontra nada pra comer. Tudo isso com aval do governo! Cadê o gabinete de crise do município? As pessoas estão morrendo de vírus e de fome, portanto, exigimos um auxílio municipal digno com urgência!
Recebemos o pedido de socorro e infelizmente a única coisa que podemos fazer é divulgar e encontrar uma maneira para somar forças e ajudar essas famílias. Pedimos encarecidamente que todos e todas divulguem esse vídeo, para que ele possa chegar nos devidos responsáveis pela gestão da tragédia e que essa situação lamentável tenha uma solução. Marquem também as diversas organizações, entidades e movimentos sociais.
A solidariedade também é muito importante, caso queiram ajudar diretamente é só entrar em contato conosco na caixa de mensagens que encaminhamos os contatos das famílias".
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