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'ESCÂNDALO DO CEDERJ' DERRUBA CHARLEY E CHAPA 2 VENCE ELEIÇÕES NA VILA MURY/LIMOEIRO

Foto: Divulgação/Rede Social

Renovação: Ramon Adão (à dir), vence eleição de diretoria da Associação Moradores com larga vantagem de votos


Adotando a mensagem de renovação, a chapa 2 venceu as eleições para a associação de moradores do bairro Vila Mury e Limoeiro (AMAVIMUR), em Volta Redonda que aconteceu no domingo (27/08). Com quase 484 votos, o grupo do servidor público municipal Ramon Adão derrubou os antigos representantes da associação, até então liderados por Charley Paula (chapa 1), que conseguiram apenas 201 votos. “Usaram má fé. Disseram que usei dinheiro da associação e fazia politicagem com vereadores sem conseguir nada para o bairro. Mas respeito a democracia. Vou me reunir com meu grupo e pensar no futuro”, comentou o candidato derrotado depois de dois mandatos consecutivos.

Pesou contra o Charley as denúncias do escândalo da CEPERJ (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores do Rio de Janeiro), um esquema envolvendo uma "folha de pagamento secreta" no governo do Estado, abrangendo mais de 18 mil cargos para trabalhadores temporários, que receberiam vencimentos em dinheiro vivo, fora de contas bancárias. Segundo o Ministério Público, mais de R$ 220 milhões escoaram através do esquema, e o nome do Charley aparece na lista.

Além de ter essa carta na manga, o grupo de Ramon Adão se dedicou na campanha, principalmente pelas redes sociais, onde seus adversários pecaram. A principal promessa da chapa 2, feita aos moradores, diz respeito à reabertura do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS). As atividades da unidade paralisaram no governo do ex-prefeito Samuca Silva (União Brasil).

Além disso, o presidente eleito prometeu em campanha uma sede própria pra associação, projetos culturais para a família e mais segurança. As propostas ambiciosas se sustentam na proximidade que Adão tem com o prefeito Antônio Francisco Neto e parte do seu secretariado.

Além da intensa campanha virtual, no sábado, Ramom Adão e seu grupo reuniram ao menos 10 carros numa carreata pelos dois bairros assistidos pela associação. Tanta popularidade lhe rendeu acusações, por meio de uma carta apócrifa creditada aos apoiadores de Charley, de que sua real intenção seria usar o cargo de presidente de associação de moradores como trampolim para se eleger vereador no ano que vem, uma prática comum não só em Volta Redonda. Em nota, Adão se defendeu. “Total desespero da chapa concorrente, então vamos aos fatos: Nunca passou pela cabeça de nenhum membro da chapa 2 sairmos para qualquer que seja cargo eletivo público, embora gostaria de salientar que não existe impedimento e nem proibição com relação a isso, afinal, o bairro Vila Mury merece ter uma representatividade para, junto com a Associação, lutar pelos anseios dos moradores”, relatou Ramon.

Antônio Rocha, proprietário do famoso Bar Calça Curta chegou a ensaiar uma terceira via, mas não conseguiu apresentar as documentações necessárias para inscrição da chapa e ficou de fora. “Três pessoas pegaram material para montagem de chapa mas apenas duas pessoas compareceram no dia marcado para apresentar suas chapas, com as fichas cadastrais e os documentos solicitados”, explicou Fatima Martins, presidente da Federação das Associações de Moradores de Volta Redonda (FAM).

Antônio chegou a fazer campanha nas redes sociais criticando a estrutura da FAM. O comerciante pretendia, se tivesse concorrido e fosse eleito, fazer mudanças que mexeriam com a poderosa federação. Ele queria a redução do número de inscritos necessários para formar chapa.

Hoje são exigidas 26 pessoas. A proposta é que se resumisse a 15. Antônio reclamava também do pouco tempo para montagem e inscrição de chapa. “A montagem da chapa foi de sete dias. Queremos 30 dias, com lançamento de edital em jornal”, reclamou. Segundo a reportagem apurou, a chapa 3 teve apenas um voto.

Fatima Martins elogiou o processo eleitoral e o comportamento dos eleitores, bem como dos candidatos, afirmando que apenas problemas pontuais surgiram ao longo do domingo. “A questão de documentação pra votar deveria ter sido intensificada. Não se muda definições de uma Assembléia, são votadas as definições ela é soberana. No mais foi bem tranquilo. Apesar da gente pedir que no dia não façam boca de urna, vimos os grupos em locais separados, agindo sem violência. Todos estão de parabéns“, declarou a dirigente comunitária.

A equipe da GAZETA DOS BAIRROS tentou contato com Ramon Adão, mas até o fechamento dessa edição o presidente eleito não respondeu os contatos do jornal.

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