GESTOR GARANTE RETORNO ÀS SALAS DE AULA APENAS EM 2021
Decisão foi adotada para buscar proteção aos alunos e familiares e 'salvar vidas'
Foto: Gazeta dos Bairros
Os cerca de 39 mil alunos da rede municipal de Educação de Volta Redonda têm retorno às salas de aulas confirmado apenas para o ano de 2021, e nas escolas privadas o retorno está previsto para o dia 30 de junho, com algumas restrições. A garantia foi dada pelo gestor municipal, Elderson da Silva (PSC), durante entrevista coletiva de Imprensa, na manhã desta segunda-feira (25/06), no auditório do Palácio 17 de Julho, sede do governo, com a participação do secretário de Saúde, Alfredo Peixoto e da coordenadora da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Milene de Souza Silva.
A decisão dividiu a opinião de boa parte da comunidade estudantil e de familiares, com algumas críticas ao mau funcionamento da plataforma digital de educação, disponibilizada pela Secretaria Municipal de Educação, e que tem custo de aproximadamente R$ 1,7 milhão. "Temos que pensar em salvar vidas. E para salvar vidas tomamos as medidas que consideramos corretas. Retomamos as aulas para que os 39 mil estudantes da rede não perdessem o ano letivo. E o plano 'on line' é por respeito para com a vida deles, e evitarmos essa rotatividade de pessoas nas escolas públicas, principalmente nas periferias, como forma de controlar o vírus", esclareceu o gestor municipal, acrescentando que as reclamações são de "apenas 0,9%, de um total de 23 mil alunos cadastrados na plataforma digital, sendo que outros cerca de 15 mil fazem uso do material impresso disponibilizado nas escolas".
Na rede de comunicação social utilizada pelo governo municipal para divulgar informações sobre as ações no combate à Covid-19, alguns internautas reclamaram do cancelamento do ano letivo, da plataforma digital e do conteúdo que vem sendo elaborado e disponibilizado aos alunos.
"Cancelar o ano letivo dos pequenos, estudar sem explicação do professor, é difícil", reclamou Helena Almeida, mãe de aluno da rede municipal de ensino. Em resposta à Helena, o gestor municipal afirmou: "Ainda é prematuro avaliar, mas a Secretaria de Educação segue fazendo sua parte e todo o conteúdo está sendo passado através da plataforma", limitou-se a dizer.
Outra que acrescentou informação ao comentário de Helena Almeida, foi Carol Pio. "Sem contar que tem pessoas que não conseguem acessar a plataforma. Fazem 15 dias que eu não consigo abrir de nenhum dos meus três filhos. Tenho que ficar colocando crédito para ter internet. Tá bem complicado isso", lamentou.
A também mãe de aluna da rede municipal, Húrika Cruz, considerou benéfica a decisão de retornar com as aulas somente em 2021. "Minha filha estuda em escola particular, e antes de uma solução efetiva, ela não volta. Ela pode perder o ano, mas a vida dela não", cravou. A resposta foi imediata do administrador da prefeitura. "Nenhum passo será dado sem as devidas cautelas", reafirmou.
CRONOGRAMA - Fora das questões educacionais, a coletiva de imprensa do gestor municipal, Elderson da Silva, também teve como foco a adoção da retomada da flexibilização das atividades comerciais para o próximo dia 28. O funcionamento do comércio, considerado como não essencial, foi suspenso desde a quinta-feira passada (21/05), em razão do aumento nos percentuais de um dos seis eixos de monitoramento do avanço do novo coronavírus.
Existe ainda a possibilidade de ampliar a flexibilização para os estabelecimentos, tais como academias, estúdios, clubes, igrejas e templos, com várias restrições. No cronograma apresentado nesta segunda-feira, estes locais deverão retomar as atividades, provavelmente no dia 10 de junho.
De acordo com Elderson, estes estabelecimentos estarão proibidos de receber frequentadores que integrarem os grupos de risco, em quaisquer horários.
- Precisamos que vocês da imprensa nos auxiliem na divulgação destas restrições, para que possamos alcançar o objetivo maior, que é controle da proliferação do vírus", solicitou o gestor municipal.
Todas as medidas e o material, apresentados na coletiva, serão encaminhados ao Ministério Público e à Justiça, para que seja feito um entendimento e, posteriormente garantidas a flexibilização sem riscos.