PAULINHO DO RAIO-X ENVIA CARTA À CÂMARA E QUER FALAR EM CPI
- Osmar Neves Souza
- 24 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
Afastado do mandato pela Justiça, parlamentar nega ter usado nomes de outros vereadores em encontro com prefeito
Foto: Arquivo - Gazeta dos Bairros

O vereador afastado por decisão da Justiça, Paulo Cesar Lima da Silva, o Paulinho do Raio-X (MDB), afirmou em 'carta aberta' não ter envolvido os nomes dos vereadores Nilton Alves de Faria, o Neném (DEM), e o de Carlinhos Santana (PROS), supostamente citados pelo prefeito Elderson da Silva, o Samuca (PSC), no caso da denúncia e acusação feita pelo gestor municipal por prática de tentativa de extorsão, supostamente cometida por Paulinho. A carta encaminhada por Paulinho foi entregue por colaboradores na sessão de quarta-feira (22/04), e lida pelo primeiro-secretário, vereador Washington Granato (Solidariedade).
Paulinho do Raio-X explica no documento que ficou impossibilitado de de comparecer no dia 16/04 à Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR) para prestar esclarecimentos sobre os questionamentos a que seria submetido. "Nestes últimos dias, estive buscando tratamento do meu quadro de saúde para tão logo esclarecer o que me será perguntado", diz o texto da carta.
"De antemão", segue o texto da carta do parlamentar, "quero deixar claro que gostaria de ser ouvido na Câmara, meu local de trabalho, mas como não é possível, por ordem judicial, me coloco a disposição em outro local", relata ele.
Após a leitura, o presidente da Câmara, vereador Neném, solicitou ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), vereador Rodrigo Furtado (PSC), que protocolasse a carta no processo aberto, e em curso, afim de que a comissão possa reagendar o depoimento de Paulinho do Raio-X.
DOCUMENTOS - Aproveitando a ocasião, o presidente da Câmara disponibilizou para todos os parlamentares e jornalistas presentes, cópias de um processo de uma empresa local cobrando pagamento de serviços prestados ao governo municipal, da súmula 004/2020 da Câmara, e uma mídia contendo a gravação da sessão ordinária realizada naquele dia 3 de março. Neném explicou que na mídia estava gravado o real motivo da ligação feita por ele ao prefeito Elderson da Silva, quando o prefeito supostamente teria afirmado que a mesma ligação seria um "sinal de concordância da presidência da Câmara com a suposta prática de extorsão contra o gestor municipal".

- Esta foi a única ligação que eu fiz ao prefeito, naquele dia, para comunicá-lo do requerimento e das medidas que estávamos adotando para buscar solução republicana para o caso daquela empresa. Nada mais falei ou sinalizei, conforme tem sido veiculado pelos quatro cantos da cidade. As cópias dos documentos disponibilizados aos vereadores e jornalistas contêm o teor de todo o processo, CD (mídia) aonde foi discutido em plenário, pelos parlamentares, durante o expediente. Nunca foi 'sinal' de nada -, reafirmou o presidente da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores.
Neném disse que naquele dia foi apresentado um 'requerimento de informações e documentos', com os processos nº 16817/2019 e nº 6276/2019, de uma empresa prestadora de serviços à Prefeitura de Volta Redonda, por intermédio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (SMI), que na época era gerenciada pelo ex-secretário Antonio Roberto Tavares, o Toninho Oreste.
No requerimento, o representante jurídico da empresa, o advogado Maurício de Oliveira Almeida, solicitava uma intervenção por parte da Câmara Municipal para que a empresa possa receber os valores de um contrato já vencido e não pagos, no valor global de R$ 70.100,00. Outra solicitação era para que fosse investigado pelo Legislativo os motivos de "não estarem expostos no site da Prefeitura de Volta Redonda a ordem cronológica dos pagamentos dos exercícios de 2017 a 2020, de forma que a população e fornecedores (antigos e futuros) possam acompanhar e fiscalizar os trabalhos deste órgão (SMI) e demais, conforme previsto no artigo 5º da Lei 8.666/93 (Lei de Licitações)", requereu à época o advogado Maurício Almeida.
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