'DEMORA DA MERENDA EXPÕE FOME', DIZ MÃE DE ALUNO DA REDE PÚBLICA
Famílias criticam demora na liberação das cestas básicas ou 'kits nutricionais' prometidos pelo prefeito Samuca
Foto: Divulgação
Um grupo de mães e pais de alunos da Escola Municipal Prefeito Juarez Antunes, localizada na rua Amelia Alves Lustosa, no bairro São Luiz, em Volta Redonda, fizeram contato com a redação do Portal Gazeta dos Bairros para criticar a demora na liberação das cestas básicas ou dos 'kits nutricionais' prometidos pelo prefeito Elderson da Silva, o Samuca (PSC), há quase três semanas. Eles contam que a situação chegou ao extremo, uma vez que não conseguem vender os produtos que produzem, já que não podem sair de suas casas por conta do isolamento social, e impedidos de trabalharem no comércio, uma vez que as lojas onde trabalham estão fechadas por determinação do governo municipal em razão da pandemia do novo coronavírus.
Uma das mães, uma dona de casa de 38 anos de idade, casada, e tem três filhos, e pediu para não ser identificada por temer represálias aos filhos na escola, revelou que "o desespero invadiu o lar, ao terem a despensa sem mantimento para oferecer alimentação aos três filhos, e todos estão impedidos de irem à escola, por conta do isolamento social". Segundo ela, que trabalha como confeiteira informal e faz bolos para ajudar o marido, que é vendedor numa sapataria na Avenida Amaral Peixoto, no Centro, ela tem contado com ajuda de vizinhos.
- Ficamos aguardando ansiosos quando disseram que haveria o kit e a cesta básica. Mas, até hoje, nada de ajuda da prefeitura, do estado ou do presidente. Meus filhos pedem alguma coisa, mas o que eu tenho feito é o que me foi doado pelos vizinhos, que também contam com as promessas de doação de alimentos. A demora da merenda nos expõe à fome -, disse a dona de casa.
Foto: Reprodução/Google Maps
Outra moradora, solteira, 48 anos, com um filho de 14 anos estudando no 9º período escolar, afirmou que contava com o apoio do irmão, mas que o mesmo ficou desempregado. "Estou impossibilitada de trabalhar, por não pertencer ao grupo de profissionais essenciais. Trabalho como auxiliar administrativa, e não tenho recebido salário por causa de o local do meu trabalho estar fechado. O problema é que minhas economias estão acabando e a ajuda da escola ainda não recebemos, como foi divulgado. Só Deus mesmo", contou ela.
PROMESSA - No início de uma transmissão de um comunicado do prefeito Samuca, 'ao vivo', via rede social, na tarde de segunda-feira (13/04), e que tinha ao lado o secretário de Saúde, Alfredo Peixoto, houve a definição de uma data para entrega das cestas básicas destinadas às famílias dos alunos da rede de ensino municipal. O prefeito garantiu que "na próxima segunda-feira (20/04), a alimentação será disponibilizada pela empresa responsável pelo fornecimento". No entanto, ele deixou claro que "apenas as famílias dos alunos que comprovadamente faziam as refeições nas escolas terão direito imediato".
"Quem não fazia, terá que ligar para o telefone 3340-2292, da Secretaria Municipal de Ação Comunitária (Smac) ou pelo link disponibilizado no Portal Volta Redonda, para acessar o formulário e ter acesso ao processo seletivo da cesta básica. A prioridade é para quem ficou desempregado e não tem renda nenhuma. Os demais serão atendidos num segundo momento", explicou o gestor municipal.
Em complementação desse auxílio alimentar às famílias dos alunos da rede municipal de ensino, o governo também disponibilizou a oferta de outras 15 mil cestas básicas aos necessitados. Para ter acesso à cesta básica, o interessado deverá fazer contato pelos telefones 24 3339-9570 ou 3339-9571 com a Secretaria de Ação Comunitária.
A rede Spani de supermercados doou 560 cestas básicas para que sejam distribuídas para a população mais carente. A triagem está sendo feita pela Smac e a distribuição deverá acontecer em breve, mas sem data definida, até a noite de segunda-feira.