VEREADORES SE DIZEM SURPRESOS COM POSSÍVEL 'OS' NO HSJB
Foto: Arquivo/Secom-PMVR
A publicação de um aviso de chamamento público pela Secretaria Municipal de Volta Redonda, no 'VR em Destaque' do dia 1º de agosto, para contratação de uma Organização Social (OS) para gerenciar em parceria o Hospital São João Batista (HSJB), motivou o início de um debate entre os vereadores da Câmara Municipal sobre a viabilidade ou não dessa concessão. Grande parte dos parlamentares se dizem surpresos e preocupados com a decisão, e avaliam que não seria o momento adequado para dar início à proposta.
O vereador Washington Uchôa (PRB) apresentou na sessão de segunda-feira (05/08), um requerimento solicitando informações sobre o assunto. Ele quer receber, em inteiro teor, o edital nº 002/2019, qual o custo mensal do HSJB?; qual estudo foi feito e quanto será gasto no total com a OS?; quantos funcionários recebem por Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) que, com a transição, passariam para carteira assinada, tendo todos os direitos trabalhistas garantidos?; quais os direitos trabalhistas dos funcionários que recebem por RPA?; a mudança para OS no Hospital Munir Rafull (Retiro) já apresentou aumento e alguma melhora no número de atendimento, internações e outros? O parlamentar ainda pede que os dados sejam encaminhados e referentes aos últimos seis meses.
Já o vereador Washington Granato (PTC) afirmou que os parlamentares foram surpreendidos pela publicação do chamamento no jornal oficial da Prefeitura; "Realmente nos deixa preocupados em razão de no Hospital do Retiro estar havendo reclamação grande. Inclusive, reclamações essas que motivaram ao vereador Jari Oliveira (PSB) a convocar coordenadora da OS Mahatma Ghandi no hospital, Michelle Almeida Mendes para prestar esclarecimentos", comentou o vereador.
Granato salientou ainda a preocupação com os gastos na unidade médica, ao longo dos últimos anos. Antes da OS, os gastos com medicamentos e insumos, segundo ele, giravam em torno de R$ 1,8 milhão e R$ 2,2 milhões, em época de pico. "Atualmente, estas cifras foram elevadas para R$ 4 milhões. Levando-se em consideração de que temos um repasse do Fundo Municipal de Saúde, e que gira em torno de R$ 10 milhões mensais, só no Hospital do Retiro está ficando 40% do total. Já imaginou se no Hospital São João Batista ficar outros 40%? Só aí são 80%, restando apenas 20% para atender o restante das unidades de Saúde", avaliou.
O parlamentar considera com sendo tranquila uma futura conversa com o prefeito Elderson da Silva, o Samuca (PSDB), sobre o assunto. "Quais seriam os pontos positivos dessa transferência de gestão. Os negativos todos nós conhecemos, pois diariamente nos é comunicado sobre o péssimo atendimento, falta de medicamento, entre outras coisas. Será que é eficaz mais uma OS, desta vez no HSJB, que é um hospital de referência na região", questionou Granato, solicitando que a Comissão Permanente de Saúde da Câmara busque contato com o prefeito Samuca para questionar sobre o assunto.
Foto: Arquivo/Gazeta dos Bairros
Por sua vez, o líder da bancada governista, vereador Paulo Conrado (PRTB), que também é membro da Comissão de Saúde da Câmara, usou da palavra para fazer coro com os colegas. "Houve, há algum tempo, uma definição prévia de que a concessão da administração do Hospital Municipal Munir Rafful (HMMR), localizado no bairro Retiro, serviria como um laboratório. Fui pego de surpresa com esta notícia também. Não vemos motivo algum para conceder o HSJB para uma OS. Se apresentar motivo vamos tomar uma decisão, mas não há. Precisamos ver se temos a conclusão de que está sendo ótimo no HMMR, muito bem, vamos agir para melhorar o HSJB também. A Saúde é o bem maior e vamos manter este entendimento", concluiu Conrado.
O vereador Nilton Alves de Faria, o Neném (PSB), também se pronunciou sobre o assunto, e afirmou que o problema das reclamações cairá nas mãos dos vereadores. Parabenizo ao vereador pastor Washington, pelo requerimento. Já está havendo, vereador Paulo Conrado, um movimento na cidade em razão do Hospital São João Batista, e isso vai acabar aqui dentro da Câmara. A população vai lotar as galerias, para reclamar, e com razão, que o atendimento está prejudicado e só faz piorar", salientou o parlamentar.
A reportagem do GAZETA DOS BAIRROS enviou solicitação de resposta sobre o assunto para a Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Volta Redonda, mas não obteve retorno até o momento. Quando houver a resposta, atualizaremos a reportagem com a íntegra.