'TROCO SOLIDÁRIO' DESMISTIFICA IDEIA DE ESTATIZAR DOAÇÕES
Proposta permite identificar e dar transparência na destinação das moedinhas deixadas por consumidores, transformando-as em doação para entidades filantrópicas
'Troco Solidário' poderá auxiliar importantes ações realizadas por entidades como Apae, Apadem, Apadef, VIH-VER e GAPC
Nas últimas semanas, um projeto protocolado na Câmara Municipal de Volta Redonda e divulgado em redes sociais tem provocado críticas, dúvidas e ganhado a atenção de parte da população, com certa dose de picardia por parte de alguns. A proposta em questão, apresentada pelo vereador Rodrigo Furtado (PTC), cria o 'Programa Troco Solidário', que nada mais é que uma forma de permitir a identificação e dar transparência na destinação das moedinhas deixadas por consumidores, nos diversos pontos comerciais da cidade, transformando-as em doação para as diversas entidades filantrópicas de Volta Redonda.
De acordo com o Projeto de Lei nº 02/2019, o principal objetivo é promover o sentimento solidário nos consumidores para com as entidades e organizações sociais sem fins lucrativos, com ações voltadas para a saúde, assistência social e filantropia. Todas estas entidades deverão ter sede física e fixa no município, bem como estarem devidamente cadastradas junto à Prefeitura Municipal de Volta Redonda.
O projeto prevê que as entidades a serem beneficiadas de imediato, tão logo seja transformado em lei (por meio de decreto municipal), serão a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Físicos (Apadefi); Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae); Associação de Pais e Amigos do Deficiente Mental (Apadem); Asilos para idosos; Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC); Grupo VIH-VER; e Grupo de Escoteiros. Estas entidades dependem da solidariedade de pessoas físicas e jurídicas, sem contar o apoio do Poder Público municipal, para desenvolver o trabalho que beneficia milhares de famílias em situações sociais e físicas diversas na cidade. Foto: Arquivo
O autor do projeto, vereador e advogado Rodrigo Furtado, defende a proposta por acreditar na real destinação dos recursos oriundos das sobras financeiras das compras dos consumidores. "Quem nunca deixou pra trás, após realizar alguma compra no comércio em geral, aquelas moedinhas de R$ 0,01, R$ 0,05, R$ 0,10, e até R$ 0,25 e R$ 0,50 com aquela tradicional orientação: "fica com o troco". O que estou propondo é apenas direcionar este 'troco' para que chegue como ajuda financeira às entidades que prestam serviços valorosos e importantes para as milhares de famílias e para nossa sociedade", explicou Furtado.
Os recursos provenientes desse programa, segundo ele, serão gerenciados por um Conselho Gestor que ficará responsável pela fiscalização das entidades a serem beneficiadas, bem como a aplicação dos valores doados.
- Não estamos propondo a estatização do sentimento solidário das pessoas. Apenas estamos oportunizando que estes recursos não fiquem sem uma destinação social mais adequada, uma vez que eles existem e podem ser revertidos para causas que visem promover realmente o ato solidário a que se propõe - afirmou Rodrigo Furtado.