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'BAILE CHARME' RESGATA ALEGRIA E ORGULHO DE SIMPATIZANTES

Evento reuniu centenas de pessoas amantes e adeptas do estilo musical, que é uma das muitas variações da 'Black Music'

A diversão cultural deste final de semana teve início na Avenida Amaral Peixoto, no Centro, em baixo do Viaduto Heitor Leite Franco, com a primeira edição do projeto 'Baile Charme na Praça - Volta Redonda', projeto realizado no início da tarde de sábado (20/10), com término às 22 horas. O evento reuniu centenas de pessoas amantes e adeptas do estilo musical denominado 'Charme', uma das muitas variações da 'Black Music' e do 'Rhythm and blues' contemporâneo (R&B).

Uma guarnição da Guarda Municipal estava presente durante todo o evento, bem como o local era monitorado pela ronda do 28º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Nenhum problema relacionado à falta de segurança ou à violência foi registrado. O trânsito de veículos na Avenida Amaral Peixoto fluiu normalmente, sem que houvesse invasão por pedestres na pista de rolamento.

De acordo com o organizador Carlos Henrique Eduardo, e um dos responsáveis pelo projeto, a ideia surgiu a partir de um convite da Secretaria Municipal de Cultura (SMC). "Fomos convidados para participar do aniversário da cidade, há dois anos, pelo governo municipal, onde realizamos um evento 'Baile Charme', na praça da Biblioteca Pública Municipal Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília. Como o resultado foi considerado positivo pelos responsáveis da SMC, fomos orientados a inscrever um projeto para integrar o calendário cultural da cidade. A partir disso, estamos regularizados junto à prefeitura, Polícia Civil, Polícia Militar, e demais órgãos públicos, para darmos sequência ao projeto em toda a cidade", afirmou Eduardo.

O projeto elaborado pelos organizadores do 'Baile Charme na Praça - Volta Redonda', consiste em oferecer cursos do estilo da dança, curso formador de 'Disc Jockey' (DJ), quinzenalmente, bem como realização dos bailes mensais nas praças dos bairros da cidade. Os interessados em participar dos cursos devem buscar informações no Memorial Zumbi dos Palmares, na Vila Santa Cecília, e as aulas acontecem aos domingos, gratuitamente, no horário de 8 às 16 horas.

Para o Microempreendedor Individual, Roberto André, proprietário de uma loja no Mercado Popular, no Centro de Barra Mansa, e mora no bairro Voldac, em Volta Redonda, a proposta resgata a cultura da 'Black Music', mas com inovações e outra roupagem.

- É maravilhoso perceber que ainda podemos curtir esse estilo musical com segurança e tranquilidade, no entanto, ao ar livre. Viemos e voltaremos aqui para curtir essa ótima proposta cultural, pois a cidade e sua população merecem essa diversão -, afirmou Roberto.


CULTURA DA 'BLACK MUSIC'

VEM DA DÉCADA DE 1970

(Fonte: Reprodução do Wikipédia)


A origem desta festa remonta aos bailes de soul e funk, anos 1970, cuja execução no Brasil foi realizada por DJs como Big Boy, Ademir Lemos e Mister Funk Santos. As canções tocadas nos bailes charme devem muito ao chamado soul da Filadélfia, uma vertente da soul music conhecida pelos arranjos e melodia.

No final de 1976, a soul music dava sinais de desgaste, seja pela pulverização do repertório ou pela não renovação do seu público. Outro detalhe que apressaria a morte do soul foi o nascimento de um outro movimento entre jovens brancos da Zona Norte e Oeste do Rio - "O som das Cocotas". Fica aqui o registro que o movimento "Black Rio" era formado por 60% de negros e pardos, 40% de brancos e mestiços pobres da periferia da cidade. O primeiro "baque" sofrido pelo movimento Soul foi, sem dúvida, a descoberta e identificação do som "pop-rock" pelos frequentadores brancos da zona norte. O segundo e definitivo golpe sofrido pela agonizante Soul music foi dado pela revolução trazida pela disco music em 1977. Por ter sido um movimento mundial, a disco music mudou o comportamento, a moda e a cultura dos jovens da Zona Norte do Rio e boa parte de Brasil.

O termo charme foi criado por Dj Corello, no Rio de Janeiro, em março de 1980. O DJ Corello começou na época a fazer experiências de outras formas de black music. Ele introduz a musicalidade do charme e as pessoas começam a gostar. Ele não tinha dado um nome para essa experiência, mas observou que quem dançava tinha um movimento corporal bem diferenciado. Em um baile no Mackenzie, no bairro do Méier, o Corello convida: "Chegou a hora do charminho, transe seu corpo bem devagarinho". Essa estória do "charminho" ficou na cabeça das pessoas e elas passaram a falar: "agora eu vou pro charminho, vou ouvir um charme, vou lá no Corello que vai ter charme".

Nessa mesma época, os bailes funk, passaram a tocar gêneros de música eletrônica como 'miami bass' e 'frestyle', esses estilos dariam origem aos estilos funk carioca e 'funk melody'.

O charme também contou com a colaboração direta de DJ's que abraçaram a causa e começam a romper com a estrutura antiga das equipes de som, segundo a qual, o "dono" da equipe determinava a linha musical a ser seguida sem questionamentos.

No fim da década de 1980 e até meados dos anos 1990, os bailes-charme passaram a atrair uma grande quantidade de pessoas. Alguns eventos chegaram a registrar uma freqüência de 5.000 pessoas e isto estimulou inclusive a vinda de artistas internacionais especialmente para se apresentarem nestes bailes, como Sybil, Curtis Hairston, Glen Jones e Omar Chandler.

O movimento charme foi então reconhecido e tal fato proporcionou a oportunidade de criação do Espaço Rio Charme em 1993. Este espaço, então, se caracteriza peculiarmente por ser embaixo do viaduto Negrão de Lima, no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro. Dentre muitos DJs que lá atuaram, um dos iniciadores do espaço foi o DJ Marki New Charm. O espaço é utilizado, além da promoção de bailes charme, para a prática de eventos sociais, como basquete de rua e oficina de arte.

DENOMINAÇÕES DO MOVIMENTO CHARME - Nesta trajetória desde os anos 1980, os charmeiros passaram a classificar as músicas e chamá-las de acordo com a ocasião de respectivos lançamentos, atribuindo-lhes o nome de 'flash back' às músicas produzidas até meados dos anos 1980 e 'midbacks' às produzidas entre o final dos anos 1980 e em toda a década de 1990. Esta denominação diferenciada das músicas no movimento charme também se deve parcialmente à existência de variadas vertentes dentro deste estilo, como o 'new jack swing', um misto de R&B e 'hip hop'.

Com certa regularidade são promovidos bailes de 'flash back' e 'midbacks', especialmente para reunião de antigos frequentadores dos bailes charme. Nestes bailes especiais, é nítida a diferença entre a faixa etária de seus frequentadores, tradicionalmente chamados de "cascudos", em relação àquela vista em bailes com músicas atuais.

MOVIMENTO CHARME COMO ASPECTO CULTURAL - Os bailes charme são desta forma eventos onde são executadas as músicas desta natureza, nos quais seus frequentadores primam pelo estilo elegante de suas roupas, e prezam originalmente pelas cores e nas referências ao caráter afro nos penteados e acessórios, sem falar na variada gama de seus passos e danças, desenvolvidas no salão, ao som das músicas tocadas pelo DJ.

O baile charme consiste então como um movimento popular cultural que propõe uma reinvenção da identidade cultural negra, expressada através das danças, da música, das roupas, da disseminação de valores, de respeito ao próximo e diversão.

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