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OPINIÃO: VOLTA REDONDA, A QUESTÃO AMBIENTAL E O SENADO


Em meio a tantas notícias ruins surgem também algumas positivas. E uma notícia positiva surgiu de Volta Redonda recentemente: está crescendo a consciência entre a população de que é preciso preservar o meio ambiente. Mais gente começa a compreender que a questão ambiental não pode ser vista como algo folclórico, mais vinculada a bandeiras como a preservação das baleias e nas quais os seres humanos ficam em segundo plano. Aumenta a percepção de que a questão ambiental está ligada à preservação do planeta e, por isso, ao futuro da espécie humana. Essa consciência faz com que seja dada maior atenção também aos problemas ambientais mais imediatos ou localizados. Exemplo disso é o recém-criado Movimento dos Atingidos pelo Pó da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que envolve cerca de 150 comunidades de Volta Redonda e tem o apoio da Cúria Diocesana. Há alguns dias, esse movimento promoveu um expressivo ato em protesto contra os casos gravíssimos de poluição na cidade, que tem causado problemas respiratórios em grande número de pessoas. Diga-se de passagem, muitos manifestantes levaram para o ato, em potes de vidro, um pó preto recolhido em suas casas, como forma de denúncia. Vai haver agora uma audiência pública, para a qual serão convidados representantes da CSN (a provável responsável pela poluição), do Ministério Público Federal (MPF), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da prefeitura e de outros órgãos. Resolveu-se, também, formalizar a tomada de depoimentos de pessoas já com a saúde afetada pela poluição. O caminho tomado é acertado: a mobilização de um número crescente de moradores e a pressão sobre a CSN e os órgãos públicos encarregados da fiscalização e do controle da poluição, alguns dos quais não têm qualquer transparência em relação ao trabalho que executam e seus resultados. No Brasil de hoje, em que governantes mostram desprezo pelas necessidades do povo e pela manutenção de serviços públicos com um mínimo de qualidade, este é o caminho. Se o povo simplesmente esperar que as autoridades resolvam os problemas, ficará a ver navios. A poluição não é o único problema grave da cidade. A ocupação do solo é outra questão grave. Os aluguéis estão caríssimos e a causa disso é um déficit habitacional que, em grande parte, tem origem no fato de a CSN detém cerca de 25% da cidade, sem cumprir qualquer função social. Isso dificulta o crescimento econômico e impede a destinação desses terrenos e imóveis para atender a demandas da população. Esses problemas têm que ser tratados em duas frentes: pela mobilização da população da cidade e, em muitos casos, pelo trabalho de parlamentares progressistas em Brasília. Volta Redonda e o Estado do Rio precisam de senadores ativos, dispostos a exercer a representação de forma participativa, democrática, voltada para o interesse público.

"Nada sobre nós sem nós". *Chico Alencar é deputado federal


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