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VITA DEVE R$ 62 MI PARA CSN E PMVR

Informações deram conta de que Grupo Vita possui dívida de aproximadamente R$ 45 milhões com CSN, e de R$ 17 milhões em impostos com os cofres da prefeitura

Foto: Arquivo

A polêmica em torno do fim dos atendimentos médicos e internações hospitalares para funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e seus dependentes, bem como os usuários de planos de saúde, no Hospital Vita, no bairro Vila Santa Cecília, teve mais um episódio ontem (07/05), na Câmara Municipal. No entanto, de antemão, as informações deram conta de que o Grupo Vita possui uma dívida da ordem de R$ 45 milhões para com a CSN, e de R$ 17 milhões em impostos para com os cofres da prefeitura.

O presidente da Mesa Diretora da Casa, vereador Washington Granato (PTC), convidou as diretorias da Grupo Vita (responsável pela administração do hospital), da CSN e dos médicos, enfermeiros, e empresas terceirizadas de serviços de exames ambulatoriais para que a situação real seja esclarecida e, conjuntamente, busquem uma solução para o problema.

De antemão, os relatos deram conta de que o Grupo Vita possui uma dívida da ordem de R$ 45 milhões, referente ao aluguel do imóvel, para com a CSN. Outra dívida, essa um pouco menor, e não menos importante, existe para com os cofres da prefeitura, já que não houve o recolhimento de impostos da ordem de R$ 17 milhões, segundo informações repassadas pelo vereador Washington Granato.

Compareceram à sessão o diretor médico do Hospital Vita, Eduardo Sampaio; o representante do Corpo Clínico, o médico Rodolfo Vasconcelos, e o representante Jurídico da CSN, o advogado Fernando Carlos Pinheiro, além de outros médicos e enfermeiros.A ausência mais comentada foi de um representante do Grupo Vita, que não enviou ninguém para apresentar argumentos sobre o assunto, nem ao menos uma nota para que fosse lida em plenário.

O presidente da Mesa Diretora, Washington Granato convidou o deputado Deley Oliveira (PTB) e o suplente de deputado, Nelson Gonçalves (PSD) para compor a Mesa, complementada pelo advogado da CSN e o diretor médico do Hospital Vita. Os questionamentos eram feitos pelos parlamentares e direcionados aos representantes, para que esclarecessem os detalhes da situação. No entanto, alguns dos parlamentares usaram o tempo oferecido, apenas para bradar o quanto "consideram importante o atendimento médico-hospitalar aos metalúrgicos e seus dependentes, bem como na manutenção dos empregos".

Em sua fala, o médico Eduardo Sampaio informou que atua há 18 anos na gerência médica do hospital e expôs os números . "Ao longo desse tempo vimos a gestão esgotar-se, uma vez que prestamos 300 atendimentos no Pronto Socorro, 400 em especialidades da Clínica Médica, 400 cirurgias, 780 internações, e aproximadamente 1 mil atendimentos conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS). Temos cerca de 500 profissionais contratados diretamente e outros 200 terceirizados para prestar estes atendimentos", explicou.

Sampaio, que atua a cerca de 45 anos no hospital, acrescentou um detalhe sobre o fechamento de outros hospitais na cidade, tais como o Santa Margarida, o São José e a Clínica São Camilo. "Se formos comparar, estes hospitais não foram fechados de imediato. Todos passaram pelo processo de encerramento dos atendimentos de forma gradativa", avaliou o médico.

O advogado da CSN, Fernando Carlos Pinheiro, explicou que a empresa "não tem o objetivo de fechar o hospital" e que "o problema é de gestão administrativa e não médico".

- A direção da empresa em nenhum momento questiona a excelência médica do hospital. São profissionais dedicados e os melhores naquilo que fazem. O problema é que a dívida com o aluguel das instalações se arrasta desde 2010 - afirma.

Ainda de acordo com Fernando, a dívida, que está atualmente em R$ 45 milhões, refere-se ao aluguel do imóvel onde funciona o hospital. Ele relatou que a CSN, por meio da extinta Fundação General Edmundo Macedo Soares e Silva (Fugemss), e que se transformou em Fundação CSN, administrava o hospital. "Fizemos a opção de repassar essa administração, e o Grupo Vita se apresentou e assumiu em 1998. Como existia um grande número de equipamentos de última geração, imprescindíveis para o funcionamento e a garantia da qualidade dos serviços do hospital, a direção da CSN decidiu deixar o prédio em comodato para o Grupo Vita, e parcelar o pagamento dos equipamentos por 10 anos. Em 2010, com a quitação dos pagamentos dos equipamentos, buscou-se negociar o aluguel do imóvel e, desde 2014, impetramos uma ação judicial de cobrança", contou.

Ele afirmou que a CSN solicitou ao juiz Roberto Henrique dos Reis, titular da 4ª Vara Cível de Volta Redonda e responsável pelo processo, antecipação da audiência para o dia 11 de maio (próxima sexta-feira). Ainda segundo o advogado, o Grupo Vita "possui contrato com empresas terceirizadas que oferecem serviços médico e exames laboratoriais, e recebe por isso".

- Eles não pagam o que devem, mas têm uma receita financeira advinda destes contratos que mantêm com as empresas terceirizadas do Centro Médico - revelou.

Os funcionários do Vita e terceirizados do hospital também obtiveram autorização do vereador e presidente da Câmara, Washington Granato, para se expressarem sobre o assunto. O médico Rodolfo Vasconcelos foi o interlocutor, e teve o acesso à Tribuna da Câmara para ler uma carta, que está reproduzida abaixo:


"Carta aberta a população de Volta Redonda"


"Se mostrou inevitável e necessária a saída da Rede Vita do comando do hospital, as decisões equivocadas dos dirigentes da rede nos levaram a uma situação sui generis, que poucas vezes será reproduzida na história da medicina hospitalar. Temos hoje o maior, mais bem equipado, mais bem preparado e mais lucrativo hospital de toda a região Sul Fluminense, região habitada por cerca de um milhão de pessoas, à mercê de um despejo por não pagamento de aluguéis, por expedientes burocráticos válidos, mas que são infinitamente menores frente a grandeza dos atos que ocorrem em suas enfermarias, consultórios e salas cirúrgicas. Somos o porto seguro de toda uma população. Nos momentos da alegria do nascimento, do sofrimento da dor e da inevitável morte, somos o local de acalento, segurança e esperança das pessoas. Não aceitamos o simples fechamento de nossas atividades por simples rigores burocráticos e obediência à cronogramas, pois o que exercemos aqui chama-se medicina, a profissão que cura e salva algumas vezes, mas que cuida e acalenta sempre. Este hospital está em funcionamento desde a fundação da CSN, há cerca de 70 anos, mantendo as suas portas abertas, ininterruptamente há mais de 30 mil dias! Todas as pessoas da nossa cidade estão ligadas ao hospital, todas as pessoas dessa cidade tem uma história boa ou ruim que ocorreu nesses corredores e salas. Fomos talhados e selecionados pelo tempo, aqui permanecem os melhores médicos da cidade. Nosso pronto socorro é composto de médicos com residência médica, experiência e reputação. Nosso centro cirúrgico está habitado por mãos ágeis, firmes e competentes e nossas enfermarias é feita de gente competente, hábil, humana e caridosa. Entendemos todas as burocracias, números e administrações, pois é delas que vem o recurso necessário para o exercício do cuidar das pessoas. Assim como sempre respeitamos e continuamos acreditando que uma administração repleta de criatividade encontrará uma forma de trocarmos o piloto do avião em pleno vôo, esse é o desafio proposto. O vôo desse hospital se iniciou antes de nós e seguirá após cada uma de nossas vidas, pois o que se exerce aqui é mais do que um negócio, é a essência da humanidade.".




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