Direção do HSJB esclarece boatos divulgados em redes sociais
Fotos: SECOM-PMVR (Gabriel Borges)
Com objetivo de esclarecer boatos que circulam pelas redes sociais, a direção do Hospital São João Batista realizou nesta sexta-feira (2/03), uma coletiva de imprensa, na sede da unidade. Participaram da coletiva o diretor médico, José Geraldo Mattos, e da coordenadora médica da obstetrícia, Kátia dos Santos. Entre os pontos esclarecidos, a direção explicou que não obriga nenhuma gestante a realizar parto normal.
O diretor José Geraldo começou a coletiva explicando que não há, da equipe médica do hospital, uma obrigação de ser realizado partos normais. "A gente tem recebido informações de que estão circulando boatos nas redes sociais sobre nosso funcionamento. E precisamos explicar que não há essa obrigatoriedade. Existem resoluções da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde que nós seguimos", afirmou, ressaltando que no HSJB metade dos partos são operatórios - cesariana -.
Em 2016, aconteceram no hospital 2.075 partos, sendo 1086 cesáreas e 989 normais - 32 fetos morreram antes do parto (1,5%). Já em 2017 foram realizados 2.028 partos, sendo 1.054 normais e 974 cesáreas - com 29 óbitos de fetos (1,4%).
Em 2018, por sua vez, foram realizados até agora 341 partos, sendo 62% de cesarianas, com quatro óbitos de fetos. "Esses dados demonstram que não obrigamos ninguém a realizar parto normal. Nós trabalhamos através de protocolos do Ministério da Saúde. Há uma resolução do MS que diz que a meta é que no Brasil se realize 30% dos partos através de cesariana e 70% normal", destacou, salientando que, segundo estudos técnicos, é mais seguro para a mãe e para o bebê o parto ser realizado de forma natural.
Segundo Kátia dos Santos, os procedimentos médicos são baseadas no que é melhor para a paciente. "Quando fazemos a condução do parto normal, estamos seguindo protocolos dos principais órgãos de saúde. Pela legislação, toda mulher deveria ter parto normal. O parto operatório deveria ser emergencial. A mulher tem um canal natural para o parto normal e é muito melhor para mãe e para a criança", disse, lembrando que nos países desenvolvidos a maioria dos partos é natural.
"Queremos demonstrar que não existe nenhuma obrigatoriedade de realizar parto normal. Existem protocolos a serem seguidos, para sabermos se há ou não a indicação", destacou a coordenadora.
Segundo o Conselho Regional de Medicina, o limite para a gestante entrar em trabalho de parto para ter o filho de forma natural é de 42 semanas. "Nosso prazo no hospital é ainda menor. Sendo de 41 semanas e três dias", disse.
José Geraldo também aproveitou para destacar que a obstetrícia do HSJB é de Alta Complexidade. "Nossa unidade recebe pacientes de toda a região, somos referência em Alta Complexidade. Trabalhamos no hospital através de protocolos. Pensamos sempre na saúde da gestante e da criança", destacou José Geraldo.
Ainda na coletiva, a direção da unidade explicou que toda morte de bebês na obstetrícia, é aberto uma sindicância interna para analisar o caso. "Nomeamos uma comissão para se fazer essa sindicância, analisando todo histórico do paciente. Após isso, encaminhamos esses documentos para o Conselho Regional de Medicina (CRM) que, de forma independente, analisa o caso", destacou José Geraldo que disse ainda:
“Teve um caso mais recente, que inclusive a mãe registrou queixa na polícia, que também abrimos uma sindicância e decidimos, afastar a médica responsável pelo parto. Mas isso não quer dizer que ela seja responsável pelo óbito. A sindicância, que inclusive tem participantes externos, dará essa resposta”, finalizou José Geraldo.